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Diário contra o Destino
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Excluindo-se um ou outro texto, idealizado tardiamente, quase todos os poemas que se apresentam aqui são realizações da juventude. Uma seleção sobrevivente das muitas tentativas (que pareciam sólidas) de expressão em formatos poéticos, realizadas entre o final da adolescência e a faixa dos vinte anos. Ao final dessa fase, praticamente tudo o que eu imaginava já surgia direcionado, naturalmente, à prosa. A rigor, as ideias e os recursos poéticos nunca foram inteiramente descartados, pois passaram a integrar trechos de contos e romances, quando se oportunizavam espaços propícios a certas associações e até mesmo a digressões, como se observa neste trecho de Os últimos dias de agosto, quando se descreve uma personagem desconhecida, que passa entre as mesas de um bar: “Os cabelos dela eram tão castanhos, de tons claros lembrando ferrugem, […] que as folhas das árvores cairiam ao redor, por onde ela passasse, pensando que já teria chegado o outono.”.
À época em que estes poemas foram escritos, mostrava-se, como em Lisette Maris…, uma insatisfação com os formatos conhecidos e uma necessidade de experimentação, como se observa em poemas como “Mosca/vidro”, “Espermatozoide”, “Lugar” ou “A primavera segundo…”. Outros, como “Aquarela” e “Rostos”, mais conservadores, chegam a utilizar-se de rimas aproximadas, recurso que vinha sendo evitado nos demais.
Houve um período sob influência de poetas europeus, cuja proposta era tratar os temas de maneira sugestiva e pouco prosaica: “Quarto” e “Gárgula” pretendiam, mesmo precariamente, seguir essa linha, que me parecia muito atraente, e procuravam ser enxutos e representativos. Mesmo assim, essa influência se estendeu a poemas mais longos, como “Rapsódia em cinza”.
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