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Categoria: Os últimos dias de agosto
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Arca com retratos do pai. Parte 2
Tudo em mim fica retido, antes de tudo. E fere ou fascina. O odor característico do papel plastificado, a tinta de impressão que até hoje reencontro em certos periódicos – eu começava a aprender dos textos, ao decifrá-los. O fascículo ilustrado com animais do Cretáceo, que ele me compra numa banca de esquina – também…
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Arca com retratos do pai. Parte 1
Tudo isso não passava de alucinação para mim – essa infância que ouvia dele, seus pais e avós, a quem mal ou não conheci. Só em minha fantasia podia vislumbrar os funerais dessa ancestral, quando iam todos a pé, trajando a indumentária da colônia e portando archotes no inverno. A vegetação do vale, os caminhos…
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Treze pode acontecer
Júlio estranhou que seus cabelos, repartidos ao meio, descessem só até o pescoço e a nuca, não chegando a tocar os ombros, e assim mesmo caíssem frontalmente qual fossem mais longos do que aparentavam, como se não pertencessem a um mesmo corte, e pudessem prender-se atrás das orelhas. Que coisa observar isso tudo. Foi sem…
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Suínos, símios, restaurante
Três ou quatro restaurantes médios, cardápio variado e preços razoáveis, serviam de solução fácil às exigências de sua fome noturna, isso quando se animava a sair a pé pelo bairro, também por desejar romper com a tirania dos sanduíches que muitas vezes despedaçava sobre a cama ou à mesinha-estante-criado-mudo. Era preciso ao menos experimentar. Lembrar…
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Café com neblina imprevista
O caminho para o trabalho, os dias úteis, calendário. Supõe-se a agulha de um disco gigantesco, percorrendo as mesmas faixas conhecidas, o mundo à frente. Mesma rua, algumas quadras, quem diria. Quem diria? Estela: “Ora, somos vizinhos de serviço”, ela dissera. Sim, de coincidências também se nutre a história. E por que não? Dona Norma…
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Não diga! Eu também…
“Desculpe, qual é mesmo o seu nome?” “Estela. E o seu?” Sim, o que ele merecia. Consagrando e consolidando seu caos de motivos siderais. O meu? Júlio. Muito bem. Fácil. “Estela, me diga”, segurando aquela xícara enorme com as duas mãos. “Você costuma trazer estranhos para a sua casa?” “Não. Mas vi que você era…
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Vanda pela manhã
Júlio entendeu pela metade o que vinha sendo escrito em suas costas. Julgou que a última palavra fosse tesão. Deixou de sentir o movimento do dedo sobre sua pele. Fingiu que dormia para que ela prosseguisse, ela não prosseguiu, ele então fingiu que acordava. Ao abrir os olhos, a primeira impressão foi a de não…
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O azul-âmbar do dia seguinte
Ciprestes escuros ou azuis, difícil dizer. Agitam-se com a ventania. Penso captar seus movimentos, mas estranhamente é também uma densa imobilidade o que equilibra sua fúria de labaredas, sua ondulação em busca de uma inércia maior.
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Caminhavam mais lentamente…
Caminhavam mais lentamente, mãos nos bolsos, cada um, a seu modo, lutando contra a pressa e o hábito, uma resistência consciente e difícil. “De onde vem sua coragem? Você já pensou nisso?”
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Velhas novidades
De toda parte os caminhos pareciam convergir para conduzi-lo ao que fosse seu centro secreto, o que seria inverter as coisas: seu centro é que buscava realizar-se e se utilizava do que mais lhe acorresse ao redor. Como dizer algo assim aos seus amigos, para quem todos os bares eram apenas território de caça? Fala-se…