Seu carrinho está vazio no momento!
Categoria: Marcas de gentis predadores
-
A cor intensa que nasce e morre com os humanos (trecho)
Nem sempre corre ao computador. Tem um tempo próprio de convivência com os papéis, uma necessidade. Mas claro que essa porcaria eletrônica serve muito bem a suas necessidades, serve muito bem mesmo. Telinha, digitação, ideias e infantilidades. Serve muito bem à maior parte de tudo o que rabisca ali, ao lixo limpo que nasce de sua mente…
-
Liana pensa ter visto um vulto…
Texto publicado na revista Ponto & Vírgula, n. 45, maio/junho 2019. Liana pensa ter visto um vulto de mulher à margem do acostamento. Não. Era o resto de uma árvore cortada. Sente ainda em seu corpo as vibrações do sexo recente, de uma tarde em que Danilo estava especialmente ativo. Intenso, ela chegou a pensar.…
-
Um dia, você abriu o jornal… (trecho)
… que acontecem Texto apresentado no sarau da Casa do Poeta, na Livraria Paraler, abril 2019. O trecho a seguir é parte do romance Marcas de gentis predadores. Liana, a personagem principal, questiona Danilo sobre uma antiga colega dele (eventualmente sua amante), que vinte anos antes teria se suicidado. Conforme ele conta a sua atual…
-
Chora, menino (trecho) 2
… que acontecem Texto apresentado no evento promovido por Irene Coimbra, no Hotel Village Inn, fevereiro 2019. Correu à avó, como pedindo socorro, a um passo de irromper em prantos e em pânico, a garganta afogada, porque vira na televisão alguma coisa sobre esqueletos, ossadas humanas, nem se lembrava ao certo. Era um menino pequeno.…
-
Chora, menino (trecho)
… que acontecem Texto apresentado no sarau da Casa do Poeta, novembro 2018. Correu à avó, como pedindo socorro, a um passo de irromper em prantos e em pânico, a garganta afogada, porque vira na televisão alguma coisa sobre esqueletos, ossadas humanas, nem se lembrava ao certo. Era um menino pequeno. Como ter certeza da…
-
Um amigo, um favor
Danilo o olha com um silêncio emocionado. Já ia lhe dizer que amar é só uma das bobagens em que a classe média acredita. Verne se levanta, apanha o casaco. Começa a vesti-lo. “É isso então, meu velho. A gente se vê. Vamos marcar outro desses.” “Vamos sim. Você me faz esse favor então?”, Danilo…
-
O endereço real
Ouve o destravar da fechadura, o velho mecanismo de abrir e fechar que todos nós usamos todos os dias.Que usamos sempre para nós mesmos, de se abrir e depois se fechar. Liana espera à frente da porta, bolsa e pasta com papéis ocupando suas duas mãos. Um olhar sem vontade a qualquer coisa ao redor…
-
Papéis para Verne
A vida é uma linha reta, sem volta. E a literatura é a única coisa que pode tornar tudo sinuoso. Disforme. Interessante. Mesmo que se confunda com a mentira. Na literatura, a mentira se chama ficção, você sabe. Val. Pensei que pudesse salvá-lo também, por meio da palavra, até mesmo por meio destas palavras horríveis:…
-
Os anjos da lei
O vulto não se move. Não dá para ver bem o rosto, muito menos os olhos. A chuva fala por todos. Ainda abraçado a Liana, Danilo vê que é uma viatura da polícia. As lanternas intermitentes ferem com dificuldade o ar nublado pela chuva em curso. Parece-lhe inquietante o silêncio em torno de sua chegada:…
-
A cor intensa que nasce e morre com os humanos
A era geológica presente terá mais um nome no futuro. Todos os crimes irão prescrever. O tempo esmagará os discos rígidos. Não haverá nada escrito nas nuvens. Dorme. Tenta dormir, por enquanto. Acompanhado, como sempre, como se dá com todos, de imagens e sons outra vez imaginados, a conhecida miscelânea que se vai confundindo nas…
-
Qualquer coisa triste é triste o bastante
O mundo também vai sumir. Com todas as palavras. De todas as línguas. Agora é noite, porque o planeta fez outro giro sobre si mesmo. Danilo escrevia. Uma atração muito forte pela palavra. Por signos linguísticos. Um fascínio por esses sinais carregando ideias, insinuações e até mesmo carregando o que não conseguem nunca significar. Isso…
-
Um estreito, fino rastro de sangue
Pensa nele com a impressão abafada de estar cedendo a uma armadilha invisível. Com essa dúvida sobre aquela morte antiga. Liana lia. Esse assunto lhe interessa cada vez mais. No fundo, não lhe interessava muito antes, ou quase nada. Nada que superasse a curiosidade momentânea despertada por alguma notícia espantosa, casos escassos, mas impressionantes: a…
-
Trogloditas bem-falantes
Quase tudo o que pensamos e sabemos se dá por meio de palavras. O tempo passa. Essa ideia (não o tempo) necessita de palavras. “Ela era o sonho de todo homem: gostosa e burra. Você lembra? Ela ria de qualquer coisinha.” “Mas ela não era pro seu bico, era demais pra você.” “Dessas é que…
-
Dois personagens sob a chuva
Liana pensa ter visto um vulto de mulher à margem do acostamento. Não. Era o resto de uma árvore cortada. Liana longamente quieta durante a breve viagem. Monotonia da estrada conhecida, a cidade logo ali, no encalço de algumas colinas suaves, despontando em torres minúsculas, de um cinzento esmaecido, como desenhadas contra o fundo de…
-
Deixando a fortaleza
O motel que é como um pequeno castelo bem protegido. A fortaleza dos segredos íntimos e das necessidades sensuais, que a sociedade finge não existir com tanta força. “Passava da meia-noite. A faculdade estava deserta. Dava pra ver todas as janelas apagadas. Tirei a Ana… o corpo dela do carro. Deixei logo ali, sem…
-
Às voltas pelas ruas do centro: Ana Lúcia jaz em movimento
Tenta ao máximo não interrompê-lo, quer saber tudo. Enquanto fala sozinho, ele se perde produtivamente. “Com o corpo? Claro. Conto num instante.” “Sei. Num instante.” “Fui até perto da faculdade, onde eu sabia que tinha uma área verde, que era usada pelo Departamento de Biologia e Meio Ambiente, e onde os casais iam, à noite, namorar…
-
Você era puro e não sabia
Minha vida é o meu corpo e os meus dias. Minha vida é aqui onde eu estou, com meu corpo. E com meus dias. Conte ao Verne, conte de como uma vez pensou em envelhecer naquela vila, na última porta da varanda escurecida de plantas. Conte a ele, que é seu amigo de verdade, vamos…
-
Pouco sobre Alan, muito sobre pouco
outo não sabe mais se ela está bem. Surpreende-se que outros se preocupem com sua ex, e ele não mais. Nenhum plano. Mas tudo continua acontecendo. Café Alvorada. Uma das atendentes é motivo de observações obscenas por parte deles – sim, das partes dela. Claro que ela é atraente, bem proporcionada e agradavelmente profissional: finge…
-
Lapsos de cegueira e lucidez
Era certo também que nunca antes se sentira tão próximo a alguma coisa, como sempre não podendo descrevê-la. Em diversas fases da história, as civilizações foram alguma vez tão imponentes e sólidas que ninguém, em seu próprio tempo, poderia crer que elas um dia viessem a encontrar seu fim. Aquelas que, por algum motivo, se…
-
Alan nos deixa
Não quer que lhe digam. Não quer pensar em tantas mais coisas do que apenas pode presenciar com olhos e ouvidos, com o mínimo de misticismo. Quando encontram seu colega Alan num terno azul-escuro, sem vincos, cabelos cuidadosamente penteados, postura elegante, sóbria e estudada como para impressioná-los, recordam que poucas vezes o viram tão bem…
-
O bobo foi à festa
Primeiro, teve vontade de morrer. Depois, teve vontade de matar. Depois ainda, teve vontade de ligar para ela, não queria deixar que aquilo tudo passasse assim. Logo após ter contado tanto de seu passado a Liana, Danilo revive a decepção, amarga e surdamente devastadora, de ter flagrado Ana Lúcia indo embora, daquela vez, no carro…
-
Tim-tim com suaves suspeitas
Com a razão, poderíamos ser sempre bem-sucedidos. Mas vem algum sentimentozinho, sutil ou violento, incompreensível, sorrateiro mas ativo, e põe tudo abaixo. “Ai, vou chorar… Chuif…” “Palhaça. Isso me fazia sofrer, me respeite. Aquilo do tal colega cabeludo dela não queria dizer nada. Foi só uma carona. Ela podia ter ido com ele, só isso.…
-
Big Bang, celenterados e filhas mulheres
Meus amigos, as palavras podem mudar o mundo. Mas não muito. Esses nomes são inofensivos. Então, quando essas moléculas estavam se agregando, havia ali o espírito divino fazendo tudo acontecer, mas como o movimento era aleatório, não era preciso que alguém fizesse algo acontecer, elas se agrupariam do mesmo jeito, outra coisa, o que havia então…
-
E a máquina de escrever?
Em companhia de mulheres, a rendição ronda os ombros de todos ali como delicados fantasmas. Essas criaturas podem, com um beijo bem dado, afastá-los de qualquer magnífico ideal humano.. Adultos, hein? Jesus, Fernando Pessoa e os Beatles não eram tudo, quem diria. Não foi tão doloroso assim afinal. A juventude se recupera rápido de tais…
-
O rival de Churchill
Reúne-se com amigos da mesma laia. Todos querem escrever alguma coisa, ninguém sabe por quê. A… CRI… SE… DO… MU… MUN… DO. Muito bem. Titulo sem erros. Centralizado. Conta os toques da linha, subtrai cada letra e espaço do que haverá de ser escrito, divide por dois, conta de novo… Perfeito. A crise do mundo: uma…
-
Outra das mil noites
Receava que qualquer alteração pudesse interferir nessa surda harmonia matinal, quebrando sutilmente o feitiço. Que feitiço? O que era aquilo? Cedo demais para saber. “Assim… Mais forte…”, ela agora menos constrangida, menos hesitante, falando em outro tom, outra fluência. Que vida, não? Ele imaginava que alguém pudesse deliciar-se com sexo a noite toda. Ou o…
-
Um título para isto
Sempre essa miserável necessidade de ser amado por desconhecidos. Por uma legião de fantasmas que o julgam. O livro foi parar numas poucas livrarias, dois ou três exemplares em cada uma. São pontos de venda modestos, mal situados, pouco visitados, e A canção de pedra não se encontra exposta em nenhuma das vitrines, como o…
-
O sísifo da Rua Rocha
Enquanto isso, despertava, vestia-se, deslocava-se da precária pensão onde morava para o trabalho, contribuindo com a continuidade dos dias. Quando se deitava, percebia através das paredes a água vibrando macia dentro dos canos (que ele imaginava muito velhos) em direção aos reservatórios. Um ruído constante e quase secreto. Confundia as impressões que circulavam por seu…
-
De como perdemos Val
A morte põe tudo em segundo plano. Os planos de todos em segundo plano. Porque todos os planos de todos não a levam em conta, e isso a ofende. “Oi! Fala, Souto, e aí, velhão?! Opa, quanto tempo, hein? E então? Quando é que nós vamos tomar uma?” “Dan, liga a TV.” “Como assim?” “Liga a…
-
O que fez com ela? – com o corpo dela?
Ela sente que uma única palavra pode quebrar o encanto. Pode estilhaçar a sequência do que vinha sendo exposto tão espontaneamente. “Quando lembro de outras namoradinhas que eu tive, quando penso na Regina e como era divertido ficar com ela no carro… Na Júnia, com aquele jeitinho dela de intelectual ativista, quando lembro de como…
-
Marcas de gentis predadores. Abertura (O jogo que ele não quer mais)
Contar o pior. Será que ela quer saber o pior? Quase sempre, saber o pior é saber a verdade. Quem quer saber o pior? “Por que você ainda quer saber sobre ela?” “Por que não? Fico curiosa.” “Sobre a morte dela, quero dizer.” “Por que não? Quero saber. Só isso.” O entendimento entre a claridade…
-
Fria manhã dos que se procuram
Era uma fase confusa, como a de todo mundo nessas idades. Pensei seriamente em estudar, mas, por essa época… eu já era triste. “Gosto muito de andar assim com você. Conversando…” “Também.” Braços dados, por causa do frio. Os cabelos dela oscilam, sobem e descem pouca coisa, a cada passo. Retraindo o queixo, ele sopra…
-
Triste do mesmo jeito
Minha cabeça só ficou nisso o dia todo, o tempo todo. Tudo em que eu pudesse pensar acabava subvertido pela possibilidade de encontrar essa figura apaixonante e vulgar que era… ela. “Que problema vocês têm com isso! Diz que ama, é tão bom. Te amo! Te amo muito! Tão bom dizer isso…” “Sei. Ela não…
-
Chora, menino
Que estranho caminho para um pensamento. Que bobagem. Ainda bem que eu não falava isso em voz alta. Um grande ponto de interrogação montado com pedras, cortadas geometricamente, como pequenos tijolos. Logo abaixo da lápide. Era a parte superior, exposta, de uma sepultura que ele lembrava ter visto em algum cemitério da região, alguma cidade…
-
Espirais desnecessárias
Predadores e presas, um jogo de forças, mesmo que não o percebam. Mesmo que não o admitam – e mesmo que usem tantas vezes a palavra amor. “Depois eles encontraram a Ana. Digo, encontraram o corpo dela. Eu contei tudo: disse onde tinha jogado, por que tinha jogado…” “Por quê? O que você disse a eles?”,…
-
Júnia
O caso era o mais antigo do mundo: a atração entre um homem e uma mulher. O caso eram eles. Encontros são carências. Júnia é o estopim de uma bomba. Mas Danilo não sabe disso. E segue, como todos. Não pode prever o futuro. Tem de se arriscar. Se quiser encontrar o amor. Se…
-
Você ainda tem essa arma?
Liana pensa por um instante que Ana Lúcia não seria dele. Nunca. Mesmo pensando nela como uma menina fácil. “Não. Eu a joguei fora naquela noite. Não podia ficar com ela, imagine.” “Por que não?” “Por que não? Ora, porque… Porque não. Se a polícia conseguisse um mandato e revistasse a minha casa e eu…”…
-
A Walther PPK
Eu via o metal refletindo uns pontos de luz que vinham de algum lugar a que nem prestei atenção. Os olhos dela, no motel, brilhavam como o metal. Hidratado ou não, Danilo sentiu sua boca seca, com gosto de pedra ou areia. Ficou quieto. Depois, quase sorriu. Depois, pareceu irritado. “Grávida? Não, não. Não acho…
-
Sentimentos são defeitos nossos
“Na hora passou pela minha cabeça aquilo de ela encarar os sentimentos como defeitos nossos. Que era esse o problema. Era essa a nossa imperfeição, a nossa desgraça: ter sentimentos.”
-
Apodrecendo ao seu lado
A vida se cruzava por toda parte, entre fluxos de tráfego, pedestres nas calçadas, nas faixas de segurança… Todos sempre se deslocando em busca de alguma coisa, vivos, tentando se realizar de alguma forma. Enquanto isso, em silêncio, ela apodrecia ao meu lado.
-
Sem adeus
Os grandes, pai, talvez fossem apenas médios. Não, não me diga de novo que não sou ninguém. Estou aqui ao seu lado, não quero criar discussões desnecessárias. Estou caminhando, carregando seu peso. Parte dele, nessa alça da frente. Não pense que não sou grande à minha maneira. Tento ser humilde, tenho essa coragem. Busco respostas…
-
Memórias de gentis predadores
E o que é essencial à vida (a atração pelo sexo, o prazer da conquista e da sedução) se repete intensamente, com uma energia provinda de nossos genes, que não respeitam nenhuma estética criada por nós. Só o que podemos, com toda sinceridade, é admitir isso.
-
Dormindo com as bonecas
“Ela uma vez me disse, quase sorrindo, de olhos cintilantes e talvez mais abertos que o normal: ‘Já pensou que a gente, depois de morrer, nunca mais vai existir?’ Eu fiquei quieto. Ela não podia estar feliz com aquilo. E não estava mesmo. ‘Já pensou?’ ‘Já.’ Puxa, quase vejo tudo outra vez, como se ela…
-
Uma das mil noites
Era mais fácil naquele silêncio, o quarto bem isolado aos fundos, um motel que lhes proporcionava justamente o necessário para que desenvolvessem em segredo aquela sequência de amenidades pulsando sem controle. Ainda pareciam estar sonhando. Cama larga, com almofadas extras. Carpete no chão e nas paredes, como se tudo ali fosse confortável e desenhado para…
-
Um único tiro
“É, eu estava com ela, já disse”, pegando o nariz de Liana, rindo. “Eu não disse não, menina?” Beijos na orelha e no pescoço dela, a mesma estratégia adolescente de tentar neutralizar a companheira, fazendo-a arrepiar-se num frêmito de desejo, uma palavra, uma expressão que ele adorava imaginar enquanto isso acontecia de fato. Fssss… –…
-
De falsas princesas
Ao vê-la, pelo que percebeu como um breve instante, estendendo-se para o alto, apoiando um pé sobre a cama para alcançar o cabide vertical (Liana era baixa, mas não muito), as pernas tão bonitas bem ao lado do rosto dele, a tensão de uns músculos suaves logo acima do tornozelo, as coxas praticamente uniformes em…
-
Invisíveis no intervalo
Ele a segura pelos ombros. Com carinho. “Ana, sabe, posso te dizer?” Coragem. “Tenho muita saudade daquela noite.” De frente um ao outro, mas já reativando uns passos lentos que os farão voltar à trajetória anterior – corredor da faculdade, percurso repetido do intervalo, quando de repente (com carinho, claro) ele a deteve. “Que noite?”…
-
Um puta abraço, os dois
Ele tirou a capa de sua antiga máquina de escrever, anos sem uso, nem serviria mais para nada, claro. Claro que não. Porque agora… Agora as teclas enchiam seus ouvidos, a vertigem fazia desfilar páginas arrancadas do cilindro com felicidade, os textos prontos, os estampidos sequenciais de uma metralhadora louca sobrepostos no tempo, registrando com…
-
Enquanto seu ônibus não vem
Regina tinha os lábios finos mas tentadores. Com a mesma nitidez daquelas noites, o rosto dela aproximava-se para mais um delicioso beijo, sempre um delicioso beijo – o nariz pequeno, as maçãs do rosto, os cabelos curtos e loiros soltando pontas irregulares ao redor das orelhas, o contorno de seu rostinho quadrado desaparecendo conforme os…
-
Os mocinhos da matriz
Foram a uma cidade próxima, a trabalho, acompanhando um gerente que tinha muita esperança no futuro deles. (Ah, se ele soubesse…) As meninas da filial, que eles estavam a poucos quilômetros de conhecer, representavam, para alguns, uma agradável esperança. Para Danilo, certamente. Acreditava no destino, sabia que mais cedo ou mais tarde encontraria a mulher…