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A canção de pedra – guia de leitura
Meu primeiro (e ingênuo) livro de contos. A narrativa que dá nome à coletânea trata do dilema humano frente à impossibilidade da permanência.
Duas crianças de mesma idade (Maro e Sibelle) crescem juntas em uma pequena aldeia. Em suas andanças e brincadeiras, a menina pega uma pedra e se questiona: pergunta ao companheiro sobre “o que será que as pedras sentem”. Ele lhe explica que as pedras não sentem nada. Toma a amiguinha pela mão e a convida a continuarem correndo e brincando. O tempo passa, e eles se tornam um jovem casal de namorados, com a aprovação de todos os que os conhecem e amam. Maro pretende amar Sibelle para sempre, mas observa que seus pais envelhecem, seus avós estão mortos e que nada é para sempre. Conta a ela sobre sua angústia em constatar isso, e a moça tenta afastá-lo de tais pensamentos, argumentando que tudo era assim mesmo por toda parte, que nada permanecia para sempre. Em uma de suas incursões solitárias pelo bosque próximo, Maro encontra um estranho pássaro que lhe pergunta o motivo de suas tristezas, e o jovem se confessa a ele. O pássaro diz que pode ajudá-lo e à sua namorada, tornando-os eternos. Sugere que voltem àquele mesmo lugar, no dia combinado, mas adverte que venham preparados, pois o segredo da eternidade pode ser terrível. Maro volta, de mãos dadas com Sibelle, àquele mesmo ponto do bosque, e ambos aceitam as condições assustadoras que os tornarão eternos: eles são transformados em estátuas de pedra. Mas estão felizes, um de frente ao outro, admirando-se com encantamento, livres dos ciclos naturais da vida e agora podendo amar-se para sempre – já que seu amor é mais essencial do que carnal. O tempo passa, e tudo o que havia antes vai desaparecendo: as pessoas se substituem, e eles não reconhecem mais o ambiente ao redor. Vem o progresso, com suas máquinas, e começa o desmatamento daquela área, em função de um grande empreendimento imobiliário. Como não há máquinas apropriadas para remover as estátuas, os operários as destroem a marretadas, fazendo-as em muitos pedaços. Nos feriados e intervalos desses trabalhos, umas crianças brincam por ali. Uma menina pequena se agacha, pega uma daquelas pedras, que teria sido um dia parte de Maro ou de Sibelle, e pergunta ao coleguinha se as pedras sentem alguma coisa. Ele a toma pela mão e a convida a continuarem correndo e brincando.
1. Diversos caminhos do asfalto
2. Gino (e a história resumida de sua estranha existência)
5. Um amigo