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Perce Polegatto
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O luar quebrava o último ângulo dos ladrilhos. Na cama, eu aguardava o sinal sem fim das ausências, a bruma quase irreal que sucede as agitações em marcha, os pesadelos e os grandes conflitos, protegendo-me sob o cobertor como um menino se guarda sem seus anjos antes que volte vibrando, amplo e benigno, o trem…
Chuva fina, outra manhã. Ouço os cascos e as rodas das charretes nas ruas molhadas, vou sob os toldos que mal me protegem. Esta, a cobiçada cidade onde convergem os artistas. Pintam repetidamente suas vilas, becos e calçadas. Mas eu, que faço aqui?
Quando perdi minha filha, pensei que jamais conseguiria escrever sobre ela…