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Teus olhos na escuridão. 34
Uma aventura perigosa na clandestinidade.
O mapa de um escândalo.
Um segredo potencialmente devastador.
Meus encontros noturnos se repetiam. Rotineiramente. Pontualmente. Produtivamente.
“Como o deputado Arruda se entende com o senador Carneiro? Como podem estar envolvidos em um mesmo esquema, sendo inimigos políticos declarados?”
“Não são. É uma farsa. Uma encenação. Trocam farpas em público, mas têm negócios juntos. Eles se conheceram num encontro na casa do deputado, onde jogaram baralho, beberam e contrataram eventuais de luxo para enriquecer a festa. Dividem harmoniosamente o lucro das falcatruas todas. Tem que ser assim. Ou um denunciaria o outro, por mera rivalidade.”
“Entendi. E quem era esse outro mesmo? O Ramalho. Já me perdi…”
“Sim, gente importante na Refinaria… A loja de chocolates era só um disfarce… Esse que chamam O Italiano era um dos articuladores mais habilidosos… Sim, você está certo. Isso foi notícia: ela teve que abortar… A mesma joalheria serviu à esposa dele muitas vezes… É possível que faça algum acordo de delação premiada, se for pega. Mas ela é uma exceção… Ah, isso foi muito sério: eles encomendaram o assassinato da assistente jurídica. Foi dado como suicídio, compraram o legista… Era um assassino contratado. Não fazia parte da engrenagem toda. Era só um prestador de serviço…”
“Voltando um pouco. Então, a PropCorp era a fonte principal dessas assessorias, é isso?”
“Não. Você está no caminho errado. A PropCorp não conseguiu nada. Nem uma licitação sequer. O pessoal dela jogou limpo. E nunca foi isso que o governador quis.”
Nossa conversa continuou por mais tempo nessa noite. Eu estava mais interessado do que nunca. E ela parecia incansável. Saí de lá carregando um nível de ansiedade que a um tempo me oprimia e me animava.
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