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Sua canção de enganar (trecho)
Texto apresentado no sarau da UEI (Sarau das tribos), julho 2019.
Difícil é descobrir onde. É descobrir como. O que engendrou o erro, quando você parecia perto de possuir o mundo por causa de sua coragem. E por causa do amor. Parecia fácil. E o mundo, para cada um, sempre foi só até onde se pôde alcançar. Parecia fácil, não? E pensar que você continua, enquanto se repete: “Não é tão difícil.”.
Ela está sozinha, porque é manhã, e as colegas provavelmente dormem fora, tendo estendido a noite com aqueles que lhes ofereceram mais. É só um acaso que esteja vestindo essa bata translúcida e lingerie escura, apesar de muito conhecidas e gastas, porque ela não o esperava, nem você deseja mais, além de que ela o trate com amenidades, supondo que guarde um carinho para quando cessar de ser homem, e não conseguir disfarçar que declina outra vez a mostrar-se um menino.
De alguma forma, ela se mostra motivada a viver, o que lhe parece misterioso. Você não mais dispõe de outros instintos, como se houvesse sido atacado pela razão. Ainda é possível encontrar o fundo de alguma verdade, desde que ninguém a escreva. A impressão muito intensa de que você e ela serão sempre dois: sinceros sempre, enquanto fingem como brincam. Enquanto brincam como mentem. Enquanto se repetem, um ao outro, tanto você como sua irmã, que não é tão difícil. E continuam tentando, secreta e persistentemente, voltar para casa.
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