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Rostos
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– este mesmo que hoje claro compartilhas
com os que te sabem e também
hão de acompanhar-te pelas sombras
e mais que estranho aguarde em outras trilhas. Para quem guardarás teu rosto?
– e a expressão possível de conquistas mais dignas
se o mesmo destino sem trégua
move a um tempo a face do anjo
e o registro das rugas benignas. Para quem o guardarás um dia
se mesmo agora te quedas ante os restos,
os retratos e outros teus espelhos apodrecidos de esperas?
– e já não queres mais olhar-te como és
nem podes alcançar-te como eras.
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Imagem: Albrecht Dürer. Autorretrato. 1500.
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