Seu carrinho está vazio no momento!
A cidade de um país
Adentro a sala, tenho à frente a mesa dos conspiradores, entre eles seu poderoso líder. Acabo de ver seu rosto, e agora tenho de morrer. Caí na cilada e estou sozinho. Corro para o fundo, vejo que alguns deles saem pela mesma porta, sem a minha pressa. Eu, que sempre me envolvi em todas as lutas com a coragem que todos admiravam, ao ver meu inimigo armado e pronto a eliminar-me, penso que aquela é só uma cidade de um país, que as revoluções, movimentos e guerrilhas não duram uma vida, e eu agora, traidor de minha própria ousadia, recuo, dobrando-me como um feto, um animal condenado, assim a covardia, o medo e uma intensa sensação de felicidade alcançam-me, enquanto o mais próximo firma a arma em minha direção, dispara.
Lisette Maris em seu endereço de inverno – Guia de leitura
48. Óculos – próximo
46. Últimas noites do burocrata obstinado – anterior
Imagem: Tomie Ohtake. Pintura.
por
Publicado em
Categorias:
Tags:
Leia também:
Comentar