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Últimas noites do burocrata obstinado
Novamente o sonho dos papeizinhos, e mal os sentia entre os dedos, escapando-lhe antes que pudesse recuperá-los e torná-los classificados aos seus devidos lugares, e essa agonia durou menos do que a outra. A noite seguinte trouxe-lhe pesados fichários que carregava com as duas mãos, porém algo inusitado e assombroso contrariava-lhe o ânimo e o fazia impotente, que agora os passos iam se estendendo amolecidos e disformes, diluídos entre a mesa e a estante, como um homem sempre se dilui após transcorrer-se-lhe o tempo e o expediente, entre o ofício e o último recinto onde será velado sobre a terra, seu sono de vastos volumes tornando-o ao seu devido lugar.
Lisette Maris em seu endereço de inverno – Guia de leitura
47. A cidade de um país – próximo
45. Clara sob luz amena – anterior
Imagem: Ludwig Sander. Pompeii XI. 1970.
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