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Esse menino não existe
O presente de estar vivo
É inútil que eu tente encontrar esse menino que eu fui um dia – outra imagem de fotografias domésticas, rosto contraído pela timidez ou por uma estranha ansiedade – porque esse menino, naturalmente, não existe. Porque esse menino sou eu agora. É claro. Aquela timidez não existe mais, não aquela, hoje diluída no passado, junto com o menino e com seu rosto ansioso, quase em pânico. Nunca ninguém encontrará esse menino. Em parte alguma. Fico olhando quieto a manhã de nuvens. Isso não me entristece. Isso é justamente o que torna meu presente tão valioso e tenso. As nuvens, que nunca são as mesmas. Os mortos, que não existem. O menino que desapareceu para sempre.
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Comentários
2 respostas para “Esse menino não existe”
Oi, Ely.
Bem, uma ressalva: não sou novo demais.
E, falando sério, não sinto como melancolias, apenas como constatações. Essas ideias fluem naturalmente entre uma associação e outra, são pensamentos comuns no meu dia a dia, lido bem com eles – e até gosto deles.Perce, meu querido! Você é novo demais para tais melancolias! Não interessa muito o menino, mas sim o adulto notável que você é. Desculpe, mas sou uma presentista assumida. Mas confesso que às vezes me permito também umas alusões ao passado. Parece praga!
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