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Pequenos coletores de papel
Descansam a carreta no pouco onde cabe
toda a vida de nunca descansar.
O pequeno aperta os olhos contra o sol.
De mangas enormes, acena o mais velho
(ou seca em seus farrapos o suor da testa?)
Não, esses meninos não são o objeto de minha arte:
eles são suas próprias vidas.
Quando acenam, não é para os poetas.
Quando voltam, saem à cata de mais papel,
atulhando a carreta com restos
– de que vã poesia?
Eles mesmos puxam a carreta.
Eles são seus próprios animais.
.
Leia mais poemas e sobre poemas: Eu morri pela beleza – a arte de Emily Dickinson
Imagem: Iberê Camargo. Andamento I. 1973.
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Comentários
2 respostas para “Pequenos coletores de papel”
Poesia pura, simples, retrato da vida com extrema sensibilidade, triste realidade que faz pensar…
Eliana Wissmann AlyanakTocante e literário ao mesmo tempo.
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