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Preço justo
O que mais me admira no espetáculo do mundo, demarcado por longos estios e chuvas devastadoras, é esse inconcebível potencial de fugacidade e aniquilação, um sol escuro, nem benigno nem maligno, que a um tempo extingue e renova tudo o que existe, preservando a vida à custa de exterminar justamente os que vivem, com isso propondo que tudo continue – sob o preço de que nada permaneça.
A conspiração dos felizes – Guia de leitura
Leia mais dessa história: Meu colega triste
Imagem: Tom Thomson. Céu ao entardecer. 1915.
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Comentários
9 respostas para “Preço justo”
[…] Leia mais textos sobre a ideia de tempo e sua fuga: Preço justo […]
Amigo Perce,
A impossibilidade de não sugar a última centelha de respiração do mundo me dá medo. Como diz um grande amigo meu: “Adoro sair na chuva sem tomar aspirina”. Eu replico; “Quero beber o mundo em um gole só!”
Se o tempo estagnasse por um microssegundo que seja, talvez nós pudéssemos ver que o “sol escuro” é deveras atraente e certamente pode nos aquecer como uma supernova em seu último inflar de pulmões.
Gostei da proposta do blog, amigo.
Um fortíssimo abraço.Como eu comentei com o Cássio, você teve a imprecisão precisa pra descrever com precisão o impreciso.
Um abraço!
Saudades.Dany.
Dany, saudades também.
Só poderia esperar de você um comentário original e inteligente.
Obrigado mesmo.
Parabéns. Seu blog está ótimo. Vi que vc ganhou um prêmio com o conto da Raísa. Que chic!!!! Foi merecido. Envie-me todas as suas novidades. Boa sorte. Bjs. M.T.Tidei
Perce, parabéns pelo blog! está ótimo.
quanto ao dia comum, tenho para mim que é sempre um enjambement, alguma coisa que liga um verso-dia ao outro averso dia.. e assim caminha a humanidade, sem pausas, sem silêncios, sem sol e sem chuva: ordinariamente mergulhada no comum. Mas será que saberíamos viver sem esse cotidiano roto e enfraquecido?
bjs,
DianaDiana, obrigado por seu comentário, que bom que gostou.
E acho, tentando responder, que não saberíamos viver muito bem sem nosso cotidiano. Talvez fizéssemos como Robinson Crusoe, criando, sob suas próprias regras, um novo cotidiano onde não havia nada.
O que você escreve me faz lembrar Ezra Pound:
In a station of the Metro
The apparition of these faces in the crowd;
petals in a black, wet bough.Tirante alguns destaques – somos um bando de mortos vivos que anseiam por mudanças; nada fazemos, no entanto, para que elas se concretizem!
Grande abraço!
Mário, mas de certa forma fazemos sim, nosso cotidiano atual foi moldado por milênios de cotidianos diferentes, que nos orientam hoje, seja para melhor ou pior, conforme nos adaptamos.
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